Saúdo a organização do Fórum “Variante da EN342”, o qual veio demonstrar a vivacidade da Sociedade Civil Arganilense quando é chamada a debater assuntos de relevante interesse que influenciam determinantemente o futuro da nossa terra.
É importante termos a capacidade de nos adaptar a novas realidades, sobretudo quando estas podem influenciar uma evolução das opiniões tidas em determinados contextos específicos, pelo que o aprofundamento de conhecimentos e a auscultação de opiniões diversas mas construtivas, são um elemento fundamental para a tomada de decisões.
Foi neste quadro que, após a reunião informal do Executivo Municipal em que foi dado um parecer não vinculativo sobre o traçado da EN 342 entre Góis e Coja, senti necessidade de saber mais sobre o projecto, ouvindo várias pessoas sobretudo algumas com vasta experiência técnica nesta área, para consolidar a minha própria opinião.
Quanto ao traçado proposto, entendo, por um lado, que a expansão da Vila de Arganil e a qualidade de vida dos Arganilenses, não pode ficar condicionada por uma via que passa no seu coração, inviabilizando uma das suas zonas de crescimento por excelência, pelo que, das soluções propostas no Estudo Prévio, considero que a Solução 1 será, à partida, a menos penalizadora.
Contudo numa perspectiva concelhia, defendo que a ligação entre a sede de Concelho e Côja e o Alto Concelho, ficará muito mais beneficiada e valorizada, aproximando as populações, se se processar pelo corredor definido na solução 2 a partir do Vale de Zebras. Esta solução permite ainda preservar todo o Vale do Alva entre Côja e a Peneda Talhada permitindo a sua utilização para fins mais ligados à actividade turística e ambiental.
É neste quadro que subscrevo por completo a proposta de trabalho elaborada pelo Engº António de Oliveira Simões, que foram apresentadas à organização do Fórum, as quais propõem corredores alternativos às soluções 1 e 2 apresentadas no estudo de impacte ambiental.
Ou seja, tende a afastar o traçado da Vila de Arganil aproximando-o do Sarzedo, (embora num traçado diferente da solução 1), prevendo uma ligação que permita a sua aproximação à zona do Vale de Zebras/Cruz das Secarias, de onde prosseguirá para Côja de acordo com o corredor definido na solução 2. Criamos deste modo uma verdadeira circular à Vila de Arganil.
É da discussão de ideias que podem surgir novas soluções, que venham ao encontro dos interesses colectivos dos Arganilenses e não hipotequem o futuro das gerações vindouras do nosso Concelho. Isto designa-se por desenvolvimento sustentável.