Os territórios rurais apresentam características específicas e recursos próprios que lhe conferem identidade e carácter distintivo.
O património de uma Região, conjunto integrador destes recursos, assume uma dimensão abrangente, material e imaterial, capaz de promover uma articulação crescente entre o meio e os cidadãos, sendo um dos mais importantes factores em que deve assentar o seu desenvolvimento harmonioso e sustentado.
Ora, este potencial de que os territórios dispõem em abundância só faz sentido se se apresentar como motor do seu progresso económico, social e cultural, para o que é fundamental que todos tenham o engenho, a vontade e as competências para o transformar em produtos com elevado valor de mercado.
Do potencial ao produto é o desafio a concretizar e trilhar, baseado na introdução da inovação e criatividade, para que a verdadeira riqueza dos territórios possa exercer efeitos positivos no bem-estar individual e colectivo das pessoas, nomeadamente na afirmação da sua própria auto-estima, decorrente do orgulho no património único e inimitável do seu território.
A preservação e valorização dos produtos endógenos dos Territórios, surge como uma acção prioritária que evidencie os factores diferenciadores, aumente a sua capacidade de atracção tanto para os residentes, criando condições para a sua fixação, como para turistas e consumidores, que usufruem desses produtos.
É neste contexto que devem ser enquadradas as diversas iniciativas tendentes à promoção e divulgação da excelência associada aos produtos locais, que recentemente decorreram na Beira Serra.
O sucesso alcançado com as Feiras da Castanha e do Mel de Góis, do Porco e do Enchido de Meruge, da Castanha de Aldeia das Dez e a Feira Franca de São Martinho da Cortiça, representa o reconhecimento publico do valor do património existente, e a necessidade em o manter e reforçar, numa tarefa que envolve vários parceiros locais.
Estas parcerias virtuosas, devem-se constituir como um desígnio colectivo de regiões. É este caminho que tem vindo a ser implementado na Beira Serra, o qual tem resultado no aparecimento de novos investidores e na criação de riqueza e postos de trabalho que ajudam ao aumento da dinâmica aqui instalada. Estas iniciativas constituem-se, assim, num sinal de esperança e de optimismo face a um futuro incerto, mas perante o qual não nos podemos resignar nem baixar os braços.
A solução muitas vezes está próxima!
Saibamos identificá-la e utilizá-la de modo a que cada um de nós possa dar o singelo mas determinante contributo para a afirmação de um Território que queremos de futuro.
Publicado no Diário de Coimbra de 19.11.2013