Só é vencido quem desiste de lutar

19
Nov 13

Os territórios rurais apresentam características específicas e recursos próprios que lhe conferem identidade e carácter distintivo.

O património de uma Região, conjunto integrador destes recursos, assume uma dimensão abrangente, material e imaterial, capaz de promover uma articulação crescente entre o meio e os cidadãos, sendo um dos mais importantes factores em que deve assentar o seu desenvolvimento harmonioso e sustentado.

Ora, este potencial de que os territórios dispõem em abundância só faz sentido se se apresentar como motor do seu progresso económico, social e cultural, para o que é fundamental que todos tenham o engenho, a vontade e as competências para o transformar em produtos com elevado valor de mercado.

Do potencial ao produto é o desafio a concretizar e trilhar, baseado na introdução da inovação e criatividade, para que a verdadeira riqueza dos territórios possa exercer efeitos positivos no bem-estar individual e colectivo das pessoas, nomeadamente na afirmação da sua própria auto-estima, decorrente do orgulho no património único e inimitável do seu território.

A preservação e valorização dos produtos endógenos dos Territórios, surge como uma acção prioritária que evidencie os factores diferenciadores, aumente a sua capacidade de atracção tanto para os residentes, criando condições para a sua fixação, como para turistas e consumidores, que usufruem desses produtos.    

É neste contexto que devem ser enquadradas as diversas iniciativas tendentes à promoção e divulgação da excelência associada aos produtos locais, que recentemente decorreram na Beira Serra.

O sucesso alcançado com as Feiras da Castanha e do Mel de Góis, do Porco e do Enchido de Meruge, da Castanha de Aldeia das Dez e a Feira Franca de São Martinho da Cortiça, representa o reconhecimento publico do valor do património existente, e a necessidade em o manter e reforçar, numa tarefa que envolve vários parceiros locais.

Estas parcerias virtuosas, devem-se constituir como um desígnio colectivo de regiões. É este caminho que tem vindo a ser implementado na Beira Serra, o qual tem resultado no aparecimento de novos investidores e na criação de riqueza e postos de trabalho que ajudam ao aumento da dinâmica aqui instalada. Estas iniciativas constituem-se, assim, num sinal de esperança e de optimismo face a um futuro incerto, mas perante o qual não nos podemos resignar nem baixar os braços.

A solução muitas vezes está próxima!

Saibamos identificá-la e utilizá-la de modo a que cada um de nós possa dar o singelo mas determinante contributo para a afirmação de um Território que queremos de futuro.

 

Publicado no Diário de Coimbra de 19.11.2013

publicado por miguelventura às 20:00

05
Nov 13

Há precisamente um ano, a Região da Beira Serra encontrou-se no seu IIIº Congresso com o objectivo de dar início ao processo, partilhado e agregador, de construção de uma estratégia colectiva para este Território baseada na mais-valia das competências instaladas, tendo concluído pela necessidade de reforçar a coesão entre estes municípios do Interior do Distrito de Coimbra que apresentam muitas afinidades ao nível do seu potencial mas também dos problemas e constrangimentos.

Num período de incertezas quanto ao que o futuro ainda reserva, o Congresso organizado pela ADIBER, demonstrou que o melhor o caminho a seguir para uma Região com as características deste Território, acentuado despovoamento e envelhecimento da população, é o que permite a continuidade e o aprofundamento das relações que foram construídas e consolidadas entre Municípios, onde pontifica uma lógica de cooperação e complementaridade na acção protagonizada.

A defesa dos interesses próprios de cada Município implica, cada vez mais, a implementação de projectos supra-municipais, sobretudo quando se aproxima o novo Quadro Estratégico Comum que irá privilegiar parcerias locais, através da disponibilização de recursos direccionados a novas prioridades, entre as quais deverá figurar a promoção de politicas publicas de coesão territorial, facilitadoras da maior equidade entre Regiões, concretizadas através de medidas especificas para os territórios de baixa densidade.

Neste quadro é fundamental encontrar mecanismos que confiram a escala e dimensão necessárias à optimização dos recursos e à concretização do muito que ainda há a fazer no sentido de aumentar a sua competitividade económica e social e dar resposta aos anseios das populações.

Tal trabalho deverá ser enquadrado no âmbito das novas CIM, conjuntamente com outras Entidades nomeadamente as Associações de Desenvolvimento Local, que devem abrir um novo ciclo de governança a nível regional, conjugando os princípios da solidariedade entre Municípios, dos mais ricos para com os menos desenvolvidos, e da igualdade onde todos os actores sejam reconhecidos como parceiros com os mesmos deveres e direitos.

É neste contexto que um ano depois, as conclusões do Congresso da Beira Serra representam um guião actual e oportuno, que orientará este Território num quadro em que se tem de assumir como parte integrante e uma voz activa, una e forte, numa Região de Coimbra mais vasta, demonstrando capacidade de reivindicar e atrair para o seu seio recursos que permitam transformar o potencial local em emprego e riqueza, projectando definitivamente a Beira Serra no contexto nacional.

 

Publicado no Diário de Coimbra de 05.11.2013

publicado por miguelventura às 16:08

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