Só é vencido quem desiste de lutar

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No próximo domingo realizam-se as eleições para o Parlamento Europeu, que terão uma importância acrescida pois irão, igualmente, determinar quem será o próximo Presidente da Comissão Europeia.

Tradicionalmente estas eleições são marcadas por elevados níveis de abstenção, já que os eleitores não se sentem motivados para participar num acto que julgam não lhes dizer respeito, aproveitando a oportunidade para se afastarem ainda mais da vida política nacional ou mesmo local.

Nada de mais errado.

A União Europeia e as suas políticas, estão mais presentes no nosso dia-a-dia do que possamos imaginar, na medida em que a sua acção não se restringe à disponibilização das ajudas financeiras que o País recebe, porquanto a legislação produzida em Bruxelas e em Estrasburgo, que é transposta para os quadros legislativos nacionais, influencia decisivamente as opções tomadas em cada um dos seus Estados-Membros. Acresce, entre outros exemplos, que a sua integração na “troika” foi mais uma importante e decisiva influência da U.E. no nosso país.

Por estes e muitos outros motivos, cada um de nós tem a responsabilidade de emitir a sua opinião sobre que futuro deseja para a Europa nos próximos anos, independentemente das suas legitimas opções políticas.

O exercício da abstenção não pode, não deve, servir de “biombo”, atrás do qual os cidadãos se escondem, por lhes faltar a coragem de assumir as enormes responsabilidades que lhes são conferidas através do voto ou por quererem demonstrar o seu desagrado e discordância pelo rumo que a Sociedade está a seguir.

Num País com uma democracia recente, com apenas 40 anos, temos também o imperativo de consciência de respeitar e honrar a memória de milhares de portugueses que combateram e sofreram para que todos os cidadãos fossem tratados por igual e pudessem exercer o direito cívico de escolher, através do voto, quem está em melhores condições de governar a coisa pública.

Também por este facto, votar é mais que um dever, é uma obrigação. As gerações actuais não têm o direito de desperdiçar este bem que lhes foi legado, por quem o queria exercer e não teve essa possibilidade.

No próximo domingo, a plena condição de cidadão só se completa quando nos deslocarmos à mesa de voto e nesse momento sermos capazes de emitir a nossa opinião de acordo com o que a consciência nos ditará.

No próximo domingo, não deixemos que outros decidam por nós!

 

Publicado no Diário de Coimbra em 20.05.2014

publicado por miguelventura às 20:00

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