Só é vencido quem desiste de lutar

22
Set 15

Muito se tem escrito e falado sobre a importância das acessibilidades para o desenvolvimento económico e social da regiões e para a promoção da coesão territorial.

Também é conhecida a postura assumida pela Comissão Europeia em relação ao novo ciclo de fundos. Perante os indicadores globais que o País apresenta, considerou os investimentos em infra-estruturas rodoviárias como prioridades negativas, ou seja, não há mais dinheiro europeu para novas vias de comunicação.

Contudo, não podemos deixar cair no esquecimento de que ainda existem vários territórios que pouco ou nada beneficiaram dos avultados investimentos efectuados nas últimas décadas, continuando os seus cidadãos e as suas empresas a não ter ligações condignas desse nome para as suas deslocações e escoamento das suas produções.

Enquanto cidadão da Beira Serra, não poderei deixar passar o actual momento eleitoral, para, num puro acto de cidadania, juntar a minha humilde voz à de todos quantos, legitimamente, têm reivindicado mais investimento para esta Região, no sentido de ultrapassar os constrangimentos ao seu desenvolvimento. A defesa do Interior é também um desígnio do Estado Social.

Bem sei que recentemente foram anunciados alguns milhões para a melhoria de acessibilidades na Beira Serra, mas tal sabe a pouco, a muito pouco, quando se verifica que os mesmos pretendem resolver alguns problemas, prioritários é certo, mas não estão inscritos numa lógica de fomento da aproximação de Concelhos vizinhos com fortes relações diárias e movimentos pendulares significativos que não devem ser menorizados.

Investimentos pontuais poderão colocar em causa estratégias de desenvolvimento comuns, quando ao invés de aproximar, repelem e afastam importantes parcelas desses Territórios, agravando as assimetrias já identificadas.

Para além da conclusão do I.C.6 que tem merecido um maior destaque, entendo que a beneficiação do traçado da E.N. 342 entre a Lousã, passando por Góis, Arganil, Coja, I.C.6 insere-se nessa lógica de via de proximidade e não pode ser descurada no seu todo, pelos impactos que exerce e que importa potenciar. A intervenção prevista para esta via entre Arganil e Avô/E.N. 230, só poderá ser entendida como o início da resolução global deste velho problema.

Não vivemos numa ilha, mas sim num território que quer reforçar as ligações sociais e económicas entre si e integrar novas rotas que fechem a malha rodoviária existente, como seja uma eventual ligação entre a A25 e a A13 que atravesse toda a Beira Serra, pelo que não se toleram mais adiamentos.

Que neste período eleitoral as forças políticas assumam uma postura compromisso sério e honesto para com a Região, traduzido num acto de efectiva solidariedade em favor de quem há muito (des)espera por uma nova esperança para o futuro.

 

Publicado no Diário de Coimbra em 22.09.2015

publicado por miguelventura às 20:00

08
Set 15

A realização de mais uma Feira do Mont’Alto em Arganil, é também um momento de (re)encontro e de renovação e aprofundamento das cumplicidades geradas pelos Arganilenses ao longo de muitos anos das suas mais diversas vivências nesta vila e Concelho.

Numa época em que o egoísmo e o individualismo se sobrepõe aos interesses comuns, importa preservar estas experiências de vida, enquanto elementos que fazem parte da nossa história individual e colectiva e que contribuem para a construção de uma comunidade alicerçada em valores como a lealdade, a amizade, a solidariedade e no pleno respeito pela diversidade de opiniões.

É por certo esta a motivação que está na base da organização dos mais variados e calorosos convívios que se realizam por estes dias em Arganil e que são momentos de exaltação e afirmação do sentimento de estima e afectividade que une quantos neles participam, fortalecendo a própria identidade local.

Estas são iniciativas informais profundamente marcadas pelo respeito pela história, empenho e dedicação daqueles que ao longo dos anos foram capazes de construir o caminho trilhado, e que nos permitem ser o que somos hoje, independentemente de se concordar ou não com algumas das opções tomadas em determinadas circunstâncias.

Não é possível idealizar um futuro de progresso e de desenvolvimento, se o mesmo não for consequência de uma reflexão séria sobre o passado, ou seja, capaz de reforçar e consolidar os factores positivos e de corrigir a trajectória quando a mesma se afasta dos objectivos delineados.

Só um verdadeiro e genuíno espirito de colaboração e cooperação entre as pessoas permitirá que tal suceda e facilite ultrapassar as dificuldades que no dia-a-dia se apresentam como obstáculos à edificação de uma sociedade mais justa, em que as expectativas dos seus cidadãos possam ser efectivamente satisfeitas, conferindo-lhes um melhor nível de vida.

Quando os ganhos de escala, de dimensão e de representatividade enchem e lustram os discursos, a prática tem de lhes corresponder sob pena de não passarem disso mesmo, palavras vãs que não produzem qualquer efeito, a não ser o de descredibilizar quem as profere. E infelizmente são tantos os exemplos desta realidade.

Sendo a Feira do Mont’Alto a oportunidade por excelência de exaltação dos sentimentos que aproximam os Arganilenses ao seu Concelho, que seja igualmente um espaço onde se cumpra esse nobre desígnio de promover a união de todos quantos estão imbuídos da mesma vontade e querer em fazer mais e melhor pela sua terra, contrariando as vinganças e os ódios mesquinhos e sem sentido, que alguns, por não terem beneficiado dessas estimulantes vivências, teimam em alimentar.

 

Publicado no Diário de Coimbra em 08.09.2015

publicado por miguelventura às 20:00

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